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Gasolina e diesel terão reajuste

Prestes a anunciar uma queda de lucro e produção em 2012, a Petrobras divulgou hoje (29) uma notícia que deve injetar, ao mês, cerca de R$ 600 milhões no caixa da companhia: o reajuste da gasolina e do diesel, que estava em negociação com o governo desde o ano passado.

A gasolina subiu 6,6% nas refinarias da estatal, sem considerar impostos. O diesel sofreu aumento menor: de 5,4%, também nas unidades da empresa. Os novos preços vigoram a partir da meia-noite.

Como a gasolina recebe uma adição de 20% de álcool (produto com preço menor) antes de ser vendida nos postos, o reajuste não chegará na mesma proporção aos consumidores.

O Sindicom (sindicato nacional das distribuidoras de combustíveis) diz que haverá repasse do reajuste para os consumidores. “Será um aumento inferior ao reajuste na bomba”, diz o presidente do sindicato, Alísio Vaz.

Ele diz que os preços ao consumidor não subirão na mesma proporção do aumento dos preços nas refinarias porque a gasolina e o diesel vendidos na bomba possuem outros componentes que não têm reajuste automático.

A gasolina, por exemplo, tem 20% de etanol (percentual que será aumentado para 25% ainda neste ano, segundo o governo). O diesel leva 5% de biodiesel em sua composição. Também compõem o preço final dos combustíveis as margens de lucro das distribuidores e dos postos.

Já a consultoria CBIE estima uma queda de 4% dos preços nas bombas.

Segundo a Petrobras, “esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo”.

O CBIE, porém, estima que ainda há defasagem. Antes do reajuste, a gasolina tinha uma diferença de 15%, e o diesel, de 24%.

Adriano Pires, sócio da consultoria, diz que o aumento veio para dar uma “boa notícia ao mercado”, pois o lucro deve cair 15%, e a produção, 3% em 2012. Os dados serão divulgados na próxima semana.

Pires prevê uma injeção de R$ 600 milhões ao mês no caixa da companhia, com base no consumo de dezembro de combustíveis. Desde o ano passado a Petrobras amarga fracos resultados. O aumento só foi possível, diz Pires, porque o governo autorizou o reajuste diante da queda do preço da energia elétrica ao consumidor, que trará alívio à inflação.

Foto:Divulgação

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