quinta-feira ,7 novembro 2024
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Suzuki Jimmy agora é nacional

 Nem todo SUV é pensado para se impor sobre outros motoristas nas ruas e ocupar duas vagas no shopping de uma vez. A Suzuki decidiu que iria focar seu primeiro produto construído no Brasil, o utilitário esportivo subcompacto Jimny, em mercados em que ter tração 4X4 realmente faz diferença. O público-alvo pode ser os jipeiros, fazendeiros e produtores rurais. Ou seja: tanto quem buscar um carro com glamour para o esporte off-road quanto quem quer praticidade para funções produtivas. O fato de o jipinho ter se tornado nacional, porém, não aliviou a tabela de preços. O Jimny chega em três versões de série, 4All, 4Sun e 4Sport, e uma montada sob encomenda, 4Work. A mais barata, 4All, sai a R$ 55.990. A 4Sun tem teto panorâmico em lona e fica em R$ 59.990. A 4Sport, mais preparada para encarar buracos, valas e lama, custa R$ 61.990. Já o preço da 4Work depende diretamente dos equipamentos solicitados por quem encomenda.

 Por esse valor, o jipinho traz de relevante ar-condicionado, trio elétrico e só. Airbag e ABS só entram na linha no segundo semestre. Para quem avalia carro com fita métrica, dificilmente será atraído pelo Jimny. Afinal, da ponta do para-choque dianteiro até o estepe pendurado na tampa traseira, o modelo mede exatos 3,65 metros. Mas tanto este comprimento quanto as demais dimensões do carro são favoráveis ao off-road. A largura é de apenas 1,60 m, o entre-eixos é bem curto, com 2,25 m. Um efeito colateral inescapável é o pequeno espaço interno, principalmente para quem vai em um dos dois lugares do banco traseiro. Somente a boa altura do modelo, de 1,70, alivia a sensação de aperto.

 Independentemente do tamanho, o Jimny é dotado de excelentes recursos para o fora-de-estrada. Ele é montado sobre longarinas e tem suspensões com eixo rígido, molas helicoidais e braços articulados, numa estrutura bem robusta. O motor longitudinal de 1.3 litro direciona seus 85 cv de potência e 11,2 kgfm de torque preferencialmente para as rodas traseiras. Quando o 4X4 é acionado, uma caixa de transferência assume a função da transmissão e um sistema pneumático faz o engate das rodas dianteiras. O mecanismo de redução da relação final também fica instalado nessa caixa de transferência paralela. O carrinho ainda oferece excelentes ângulos para enfrentar obstáculos. São 37º de ataque e 46º de saída – 45º e 51º, respectivamente, no modelo 4Sport. A altura livre para o solo é de 20 cm.

 Mesmo repleto de qualidades, dificilmente irá se formar fila na porta das 60 concessionárias da marca no país. A capacidade de produção de 7 mil unidades por ano, ou quase 600 por mês, corresponde a seis vezes a média de vendas do modelo no ano passado – que foi de 95 unidades mensais. Os executivos da marca afirmam que havia uma demanda reprimida pelo modelo, que vinha a conta-gotas graças às inumeras crises que assolaram o Japão. A projeção é que, em um primeiro momento, as vendas simplesmente dobrem, para 200 unidades mensais. A partir daí, o ganho seria paulatino, recorrendo a ações de marketing, como já estão sendo feitas entre aficionados por off-road – mesma receita utilizada pela Mitsubishi, marca também controlada pelo Grupo Souza Ramos.


Outra ação será apresentar o Jimny para clientes que normalmente recorrem a picapes para enfrentar terrenos pouco amistosos Brasil adentro. Fazendeiros e outros profissionais ligados a atividades rurais, que têm de enfrentar maus caminhos. O objetivo é vender a ideia de que um jipinho como o Jimny é uma opção mais prática, econômica e racional para quem transita em estradas de terra, mas não tem necessidade de transportar carga. O foco em consumidores de picape se explica pela falta de competidores diretos. Carros com 4X4 como Ford EcoSport e Renault Duster e mesmo os falsos off-roads 4X2, como Fiat Adventure e Volkswagen CrossFox, são mais caros e não têm a capacidade off-road do Jimny. A Suzuki quer mesmo fazer valer o fato de ter o 4X4 mais barato do país.

Primeiras impressões

Pequenino e abusado

 Mogi-Guaçu/SP – A Suzuki montou um cenário para impressionar. Colocou o pequeno Jimny no asfalto perfeito da pista Velo Cittá, encravada em uma pequena parte da fazenda que pertence ao empresário Eduardo Souza Ramos, que controla Suzuki e Mitsubishi no Brasil. Depois de algumas curvas contornadas com facilidade pelo jipinho – em velocidades compatíveis, claro –, o próximo passo foi partir fazenda adentro para encarar estradas típicas de áreas rurais. Por fim, um trecho de rodoviário, com boa pavimentação.

 Nestas três condições, o modelo se saiu bastante bem. Na pista, exibiu um rolling bem menor que seus 1,70 m de altura fariam supor. Nas estradas de terra absorveu bem as irregularidades e manteve sempre uma boa dirigibilidade. Na estrada, a velocidades de até 110 km/h, não houve flutuação ou necessidade de correções na direção. Esses circuitos tinham a intenção de mostrar que o Jimny pode muito bem se adaptar à vida urbana, embora não tenha conforto nem espaço de modelos de preço equivalente – compactos recheados e médios de entrada.

 Mas foi a quarta e última sessão que mostrou a verdadeira vocação do carrinho. A proposta consistiu em andar um em trecho off-road digno dessa definição. Não se tratava de uma estradinha esburacada, aberta por trator. Simplesmente, não havia estrada alguma. Para esta “fase”, o modelo utilizado era o 4Sport, que tem ângulos de ataque e saída melhores que as demais versões. E precisou mesmo de toda a capacidade de enfrentar obstáculos para o desafio. Erosões e valas que pareciam capazes de engolir o modelo eram transpassados com mais ou menos dificuldades, mas sempre com sucesso. O mesmo ocorreu em rampas, com aclives superiores a 50%. O baixo peso do jipinho da Suzuki e o curto entre-eixos oferecem enorme mobilidade. Em contra-partida, o motor a gasolina mostra as limitações típicas de propulsores de alto giro no fora-de-estrada, como a dificuldade de dosar a aceleração e o torque na transposicão de obstáculos.

Ficha técnica

Suzuki Jimny

Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.328 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração traseira ou integral com reduzida com acionamento por botão. Não oferece controle de tração.
Potência máxima: 85 cv a 6 mil rpm.
Torque máximo: 11,2 kgfm a 4.100 rpm.
Diâmetro e curso: 78,0 mm X 69,6 mm. Taxa de compressão: 9,5:1.
Suspensão: Dianteira e traseira com eixo rígido e molas helicoidais. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 205/70 R15
Freios: Discos sólidos na frente e a tambor atrás. Não oferece ABS.
Carroceria: Utilitário esportivo montado em longarinas, com duas portas e quatro lugares. Com 3,65 metros de comprimento, 1,60 m de largura, 1,70 m de altura e 2,25 m de entre-eixos. Não oferece airbags.
Peso: 1.090 kg.
Altura mínima do solo: 20,0 cm.
Ângulo de ataque: 37º (45º na versão 4Sport).
Ângulo de saída: 46º (51º na versão 4Sport).
Capacidade do porta-malas: 113 litros.
Tanque de combustível: 40 litros.
Produção: Catalão, Goiás.
Itens de série
Versão 4All: Para-choques e molduras pintados de grafite, ar-condicionado, desembaçador do vidro traseiro, vidros elétricos, limpador e levador do vidro traseiro, rack de teto, rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth com dois alto-falantes e rodas de liga leve de 15 polegadas.
Preço: R$ 55.990.
Versão 4Sun: Adiciona teto panorâmico em lona, espelhos retrovisores pintados na cor preta e detalhes estéticos exteriores.
Preço: R$ 59.990.
Versão 4Sport: Em relação à versão 4All, adiciona espelhos e maçanetas pintados na cor grafite, volante revestido em couro, moldura do painel na cor do veículo, engates dianteiro, traseiro e bola, snorkel e rack de teto na cor grafite.
Preço: 61.990.

Fonte/fotos: Motor Dream

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