Deu tudo certo para Sebastian Vettel mesmo quando tudo parecia errado neste domingo, em um Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 que coroou o piloto da Red Bull como o mais jovem tricampeão mundial. Logo após conquistar o título, o alemão de 25 anos fez referência a “jogos sujos” contra ele e sua equipe nesta temporada, mas ele tinha preocupações mais imediatas em Interlagos. “Acho que tudo que podia dar errado, deu errado”, disse ele sobre uma corrida em que largou da quarta colocação, mas foi ao final do pelotão após uma colisão na quarta curva que o deixou na contramão. Ainda assim, ele conseguiu terminar em sexto. Quando o campeão conseguiu virar seu carro e voltar à corrida, seu rival pelo título, Fernando Alonso, se dirigia a uma posição que lhe daria o terceiro título se a corrida terminasse daquela maneira. A parte de baixo do carro da Red Bull estava danificada, e Vettel não conseguia se comunicar através do rádio do carro, um problema que levou a outras dificuldades na corrida sob chuva e caótica. “Nós fizemos o pitstop provavelmente no momento errado. Eu saí com outro conjunto de pneus para seco e uma volta depois começou a chover. Eu entrei para pôr intermediários e eles não estavam prontos porque não tínhamos comunicação pelo rádio, eles não podiam me ouvir”, explicou Vettel. “Foi uma corrida muito difícil, mas nós estávamos presentes o tempo todo, nós continuamos nós mesmos durante todo o ano, mesmo que as pessoas tenham dito algumas coisas que jamais pensaríamos em fazer”, completou ele. “Muita gente tentou fazer jogo sujo, mas nós não nos distraímos com isso e mantivemos nosso caminho, e todos os rapazes deram bastante no final.” Não ficou imediatamente claro a que ele se referia. Alguns viram como uma referência a rumores desestabilizadores durante o no ano de que Vettel tinha um acordo para ir para a Ferrari. Outros pensaram em táticas da Ferrari para favorecer Alonso ou questões sobre a legalidade da Red Bull. “As pessoas tentaram tudo…para nos derrotar e a quantidade de questões que tivemos que lidar, coisas que tivemos que enfrentar durante a temporada, isso não tornou nossa vida mais fácil”, completou ele.
FAVOR DE SCHUMACHER
Apenas dois outros campeões conquistaram três títulos seguidos -o argentino Juan Manuel Fangio e o heptacampeão Michael Schumacher, agora com 43 anos e amigo de seu compatriota mais novo. Schumacher fez a Vettel um derradeiro favor nas últimas voltas ao não tentar impedir o campeão de assumir a sexta posição no seu lugar. “Eu agradeci por ele não defender (a posição) com força”, afirmou Vettel. “Ele disse ´Para que? Você estava muito mais rápido, ia me passar de qualquer maneira´.” Vettel, que admitiu nervosismo antes da corrida, também tornou-se apenas o nono tricampeão e mostrou-se ciente do que havia conseguido. “Ser informado foi inacreditável. Infelizmente, os rapazes não podiam ouvir minha resposta porque o rádio estava quebrado”, lamentou ele. “Estamos em São Paulo, o lugar onde (o tricampeão) Ayrton Senna nasceu e onde foi enterrado. Vir aqui e conquistar o campeonato pela terceira vez…não sei o que dizer.” Vettel contou que o chefe da equipe, Christian Horner, foi ao rádio após a chegada para listar todos os tricampeões antes dele. “Ele começou com Michael, escolha óbvia e fácil de lembrar, Senna, (Niki) Lauda, (Nelson) Piquet…Acho que ele mencionou todos menos (Alain) Prost. Então eu disse a ele ´Você esqueceu o Prost´.” Essas palavras, entretanto, não puderam ser ouvidas por causa dos problemas com o rádio e os gritos nos boxes.
Fonte:Terra
Com um sétimo lugar no GP Brasil neste domingo, o heptacampeão mundial de Fórmula 1 Michael Schumacher, de 43 anos, deu adeus ao esporte pela segunda vez, agora, segundo ele, de forma definitiva. Com uma temporada com mais baixos do que altos na Mercedes – seu melhor resultado foi um terceiro lugar no GP da Europa –, o alemão terminou o ano na 13º posição na classificação geral, com 49 pontos. – Não foi um domingo espetacular, perfeito, mas estou satisfeito com a minha temporada – disse Schumacher, que neste domingo só concedeu entrevistas na área destinada às redes de televisão e rádios. O piloto alemão, dono de diversos recordes na F-1 (veja abaixo), viveu um dia agitado neste domingo. Antes da corrida, a Mercedes agradeceu pelos serviços prestados com uma placa “Obrigado e adeus”. Nas arquibancadas, era comum ver faixas de agradecimento ao piloto. Após a prova, diversos integrantes da equipe se reuniram no box da Mercedes para homenagear o piloto. Garrafas de champanhe foram estouradas ao som de muitas palmas. Todos os funcionários da escuderia vestiam uma camisa com a frase “Thank you, goodbye Michael” (“Obrigado, adeus Michael”) na parte da frente, e com a lista de recordes do piloto alemão na parte de trás. Schumacher estreou na F-1 no GP da Bélgica, pela Jordan, em 1991. Os primeiros pontos foram obtidos no mesmo ano, já pela Benetton, no GP da Itália. Mas o primeiro pódio só veio em 1992: um terceiro lugar no GP do México. E a primeira vitória veio logo depois na Bélgica. Interlagos foi o palco da despedida do alemão, em 2006, e marcou seu novo adeus. Dessa vez, segundo ele, não haverá retorno como em 2010. A F-1 perde um dos seus maiores pilotos, mas seu nome ficará eternamente marcado na história da categoria. Os recordes de Schumacher: Com 308 corridas na F-1, o alemão soma sete títulos. São dois pela Benetton e cinco na Ferrari. Ao todo, Schumacher soma 155 pódios na carreira, com 91 vitórias (72 pela Ferrari e 19 pela Benetton), além de 43 segundos lugares e 21 terceiros lugares. Ele obteve 68 pole positions, três a mais do que o brasileiro Ayrton Senna, já falecido. Bate-bola: Michael SchumacherEx-piloto de F-1, em entrevista na zona mista de televisão e rádio O que você pretende fazer a partir de agora que está aposentado?É hora de aproveitar a vida pós-fórmula 1. Como tentei em 2006. Já caiu a ficha de que, a partir de agora, você não é mais um piloto de Fórmula 1? Que agora não tem mais viagens para as provas e toda a correria entre um GP e outro?Ainda não caiu. Acho que só vou ter noção daqui uns tempos, quando reencontrar os engenheiros, os mecânicos e estivermos bebendo. Acho que somente neste momento eu vou perceber que a minha carreira realmente chegou ao fim. Qual sua opinião sobre o terceiro título de Sebastian Vettel?Ele mereceu a conquista. Sebastian fez uma boa temporada, sobretudo a partir do meio do ano. Acho que o título ficou em boas mãos.
Fonte:O Povo