A fabricante de veículos pesados Iveco, do grupo Fiat Industrial, estimou nesta quinta-feira um crescimento de 8 a 12% nas vendas do mercado brasileiro de caminhões em 2013, numa perspectiva mais otimista que a feita anteriormente pelo setor.
Segundo o diretor comercial da montadora italiana integrante do grupo Fiat Industrial, Alcides Cavalcanti, a expectativa é apoiada na avaliação de que “a economia brasileira está dando sinais de aceleração desde o final do ano passado”, além de um cenário melhor de preços de commodities agrícolas e previsão de safra recorde de grãos.
A Anfavea, entidade que reúne as montadoras instaladas no país, estimou no início deste mês crescimento de 7 a 7,5% nas vendas do mercado de caminhões em 2013, após um tombo em 2012 de quase 20%, para 139,15 mil unidades.
Além da esperança de um crescimento maior da economia neste ano, após uma esperada expansão pífia do PIB em 2012, o setor não trabalha mais com incertezas de mudança de regime de emissões de poluentes e tem pela frente um cenário mais estável de condições de financiamento.
O governo decidiu em dezembro prorrogar por um ano o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), com juros menores para aquisição de bens de capital.
Para o vice-presidente de vendas para a América Latina da Iveco, Natale Rigano, o mercado brasileiro também deve receber impulso com uma confiança maior dos bancos na concessão de crédito, após aumento da inadimplência em 2012. “Não tem razão para o crédito não voltar fortemente este ano”, afirmou.
Segundo o executivo, a Iveco tem meta de elevar sua participação no mercado de caminhões de 8,7 para 11% em 2013, apoiada numa maior gama de produtos.
Em 2012, a participação ficou praticamente estável em meio à falta de produtos causada pela mudança na regra de emissão de poluentes, que obrigou produção de veículos com novos motores mais limpos, mas mais caros.
Rigano afirmou ainda que espera que o mercado de caminhões na América Latina cresça entre 5 e 10% neste ano, em meio à expansão da produção de commodities agrícolas e minerais na região. A meta da Iveco para a região é ampliar as vendas entre 10 e 15%.
Ele evitou fazer comentários sobre investimentos, mas informou que a Iveco investiu no Brasil entre 2007 e o ano passado 570 milhões de reais.
A companhia deve inaugurar neste semestre uma fábrica de veículos blindados militares. A inauguração ocorre após ter assinado em agosto contrato formal com o Exército brasileiro para venda de 86 unidades do modelo de seis rodas Guarani, voltado a transporte de pessoal, num total de 240 milhões de reais. O contrato faz parte de um acordo maior envolvendo 2.044 unidades que deverão ser entregues em 20 anos.
Segundo o diretor encarregado pela área de novos negócios da Iveco, Paolo Del Noce, a montadora está analisando a possibilidade de trazer outros veículos militares para o Brasil e já “começou conversas” de venda de unidades do Guarani em outros países latino-americanos.