Poucos são os carros que têm cacife para serem considerados clássicos. Esse é o caso do Audi TT, cupê esportivo que em 2013 completa 15 anos de mercado ditando tendências e estabelecendo novos padrões de qualidade construtiva em sua categoria.
Lançado em 1998 na Europa e no Brasil, o TT foi um dos primeiros carros de produção seriada com uso extensivo de alumínio, um metal leve e resistente, na carroceria.
As linhas limpas e arredondadas do cupê, a baixa altura em relação ao solo, a cabine compacta e os pneus largos logo fizeram escola: olhe para o Peugeot RCZ e conclua que o francês se inspirou claramente no modelo alemão.
Desempenho /A convite da Audi, o DIÁRIO acelerou a versão mais nervosa do modelo, a RS, equipada com motor 2.5 de cinco cilindros turbo capaz de render 340 cv de potência e 45,88 kgfm de torque, entregues a apenas 1.600 rpm. É muita força disponível desde os giros mais baixos do compacto propulsor, que rende mais do que muitos blocos V6.
A reportagem avaliou a variante RS Coupé (R$ 399 mil). Ainda há uma configuração conversível, denominada Roadster. O preço sugerido para o TT RS sem capota é ainda mais elevado: R$ 419 mil. Importadas da Alemanha, as duas opções RS do TT chegaram recentemente ao mercado brasileiro.
A reportagem rodou com o TT RS Coupé nas ruas de São Paulo e também na Rodovia dos Imigrantes, que liga a capital paulista a Santos, no litoral.
Antes de pegar a estrada, uma volta em torno do Audi permite perceber as diferenças em relação à versão tradicional 2.0 turbo de 211 cv (preços a partir de R$ 222.170). Os para-choques são maiores e exibem grandes entradas de ar, a traseira tem um aerofólio fixo e as suspensões são mais baixas.
Entrando na cabine, que tem espaço para dois ocupantes na frente e duas crianças no pequeno assento traseiro, logo nota-se os bancos esportivos em formato de concha, com direito a ajustes elétricos.
No console central, ao lado da alavanca do veloz câmbio automatizado de sete marchas, há um pequeno botão com a inscrição “S”. Uma vez apertado, disse-me o instrutor, o volante (com assistência elétrica) fica mais duro, as suspensões se enrijecem e o motor e o câmbio apresentam respostas mais rápidas para pisar fundo.
Ficha técnica
TT RS COUPÉ
PREÇO: R$ 399 mil
ORIGEM: Alemanha
MOTOR: transversal, a gasolina, 5 cilindros, 20 válvulas, com injeção direta e turbo, 2.5. Potência de 340 cv (a 5.400 rpm) e torque de 45,88 kgfm (entre 1.600 rpm e 5.300 rpm)
TRANSMISSÃO: automatizada de 7 marchas e dupla embreagem
PNEUS: 255/35 R19
DIMENSÕES: 4,19 m de comp., 1,84 m de largura, 1,34 de altura e 2,46 m de entre-eixos
DESEMPENHO: de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos e máxima de 280 km/h (opcional)
Cupê faz as costas colarem no banco a cada acelerada
No asfalto irregular da capital paulista, é fácil perceber que o TT RS é um verdadeiro esportivo, com suspensão dura e pouco espaço interno. Se no banco de trás só é possível levar duas crianças, inclusive por conta do caimento acentuado do teto, o porta-malas até que não é tão pequeno: carrega 292 litros de bagagem.
Não é exatamente um carro para a família, mas a sua proposta é mesmo apelar para a emoção em vez da praticidade.
O asfalto plano da Imigrantes permitiu à reportagem conferir o desempenho do Audi. Para começar, a posição do motorista pode ser bastante esportiva: os ajustes de altura e profundidade do banco e do volante permitem deixar o assento bem baixo.
Ao pisar no acelerador, sobretudo com o botão “S” ligado, o ronco grave do motor logo estimula a audição do “piloto”.
As acelerações são de tirar o fôlego e grudar as costas no banco, ainda mais devido à competência do câmbio de dupla embreagem e sete marchas, que faz trocas em frações de segundo.
De acordo com a Audi, o TT RS Coupé acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,3 segundos. É mais rápido que o Audi S7, que faz o mesmo em 4,7 segundos e tem motor V8 biturbo de 420 cv.
Fonte: Diário SP